sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Temas abordados foram importantes, mas a transposição foi ponto de silêncio


Comitê promoveu grande momento de reflexão sobre o rio São Francisco
 
por Por Raul Rodrigues
Durante todo o dia de ontem, manhã e tarde no Sindspem – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Penedo – e em parte da noite na Casa de Aposentadoria, autoridades de todos os níveis, federais, estaduais, municipais e ribeirinhos, discutiram sobre vários temas que cercam o rio da unidade nacional, que separa ou une os estados de Alagoas e Sergipe, hoje por muito pouca água, pequenos canais de navegação, que por meio das suas croas e área assoreadas, pede socorro para não se deixar matar!

O rio São Francisco, fonte de vida sob todos os aspectos vem sendo degradado pelo homem desde antes das barragens – hidrelétricas – por ignorância do predador, aquele que passou da pesca de subsistência para a pesca predatória.

O uso das águas do Velho Chico como depósito de dejetos humanos, lixo de toda a espécie e da navegação gratuita fizeram desse monumental rio genuinamente brasileiro, uma crônica de sua morte anunciada. Isto mesmo dantes de suas costelas – croas e ilhas, serem mostradas qual corpo humano em estado terminal.
Claro que as grandes barragens são hoje as maiores causas dos assoreamentos ao longo do seu leito. Iremos torná-lo inavegável em muito pouco tempo; não mais que uma década caso se mantenha a sua degradação! As antigas cheias fertilizantes e que dragavam margens e leito do monstro do São Francisco acabaram e com elas chegaram às agonias por que passa o hoje quase riacho.

Diante deste quadro real, falaram para os presentes as mais altas autoridades sobre a Bacia do São Francisco. Fábio Abreu, SEDR – Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural – e MMA – Ministério do meio Ambiente – abordando o tema Diagnóstico Integrado do Zoneamento Ecológico-Econômico da Bacia do São Francisco; José Maurício Dias, FUNARTE – Fundação Nacional de Artes – e MinC – Ministério da Cultura – que discorreu dobre Edital de Microprojetos Culturais; Focando o turismo sustentável falou o representante do MTur – Ministério do Turismo – Philippe Figueiredo; sobre as Ações do MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário – fizeram a apresentação Petrônio Silva e do MDA/SE, Adailton dos Santos; sobre o Inventário do Patrimônio Cultural e Histórico do rio São Francisco, falou Lauzzane Ferreira representante do IPHAN/MinC – Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional/Ministério da Cultura, todos no período da manhã.

Na parte da tarde falaram: Lindalva Cavalcanti representando o PAN – Plano de Ação nacional – e o ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – que abordou o tema Conservação do Patrimônio Espeleológico na bacia do São Francisco; Mário Talarico do IBAMA/MG que discorreu sobre Manejo de Lagoas Marginais na bacia do São Francisco; Flávia Moura da UFAL, que abordou o tema Atividades Desenvolvidas pelo Centro de Referência em Recuperação de áreas Degradadas – Crad – sendo seguida por Francisco Campello da *SEDR/MMA que falou sobre Ações de Combate ao Processo de Desertificação na bacia do São Francisco; Athadeu Ferreira da Codevasf – Companhia do Desenvolvimento do vale do São Francisco – narrando o item Combate a Processo Erosivos e Práticas Conservacionistas no Contexto da bacia do São Francisco; Elmo Vaz, do MI/Codevasf – Ministério da Irrigação – falando sobre Execução de Obras de Sistemas de Abastecimento de água e esgotamento sanitário na bacia do São Francisco, abordando o mesmo conferencista o tema Hidrovia do São Francisco; e encerrando o ciclo de palestras os senhores Saburo Takahashi do MMA – Ministério do Meio Ambiente – e Alex Magalhães MCidades – Ministério das Cidades – que abordaram os temas Planos Estaduais de Resíduos Sólidos e Ações do Ministério das Cidades na bacia do São Francisco, respectivamente.

Todos os temas são imperiosamente importantes, muito embora para este redator fique como temas abertos vantagens e consequências da Transposição e a falta de apoio de órgãos governamentais como a CHESF que tem mostrado investimentos na área do Velho Chico entre os Estados de Sergipe e Alagoas.

O rio São Francisco pede socorro ao mostrar as suas marcas de degradação por meio dos grandes assoreamentos e perda de vazão das suas antes caudalosas águas que mantinham vivas as mínimas condições de sobrevivência do rio da unidade nacional!

Fonte:  Correio do Povo de Alagoas

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