segunda-feira, 22 de outubro de 2012

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Volume 7 da Revista Brasileira de Educação Ambiental é o primeiro publicado em 2012, e numa altura do ano em que já tiveram lugar ocorrências importantes para o campo da Educação Ambiental: no mês de março, em Salvador/BA, foi realizado o VII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental; no contexto da Rio + 20, em junho, aconteceu a 2ª Jornada Internacional de Educação Ambiental em torno do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global; ocorreu a V edição do Colóquio de Pesquisadores em Educação Ambiental da Região Sul, tendo a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) como anfitriã; o Ministério Público do Estado do Espírito Santo, numa ação exemplar, firmou Termo de Compromisso com o Governo Capixaba no sentido de estabelecer ações destinadas ao cumprimento da PNEA e da Lei Estadual de EA; o Conselho Nacional de Educação aprova as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental; foi criado o Fundo Brasileiro de Educação Ambiental – FUNBEA; o Estado do Mato Grosso desencadeia um movimento que já é de revisão da sua Política Estadual de Educação Ambiental e outras unidades da federação avançaram no processo de construção das suas políticas estaduais; o governo federal lança a chamada para a IV Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente e institui o Grupo de Trabalho Interministerial para definir as diretrizes do Programa Juventude e Meio Ambiente; e foram recorrentes, em todo o país, em diferentes níveis e escalas, eventos e debates sobre o tema da Educação Ambiental.

Essas múltiplas ocorrências revelam, de um lado, um campo em constante movimento, que vai se constituindo por atividades de pesquisa, ensino e extensão realizadas nas universidades; por ações de políticas públicas, em diferentes instâncias de governo; por iniciativas e experiências pedagógicas levadas a termo no âmbito dos sistemas de ensino; pelo valoroso trabalho do movimento ambientalista, mas também e sobretudo, pelo esforço da comunidade de educadores e educadoras que se articulam, mobilizam e militam em nome de um projeto de sociedade ambientalmente justa e sustentável e alicerçado no princípio da afirmação dos direitos.


Por outro lado, o contexto multifacetado do debate contemporâneo sobre as premissas e bases da Educação Ambiental e, por consequência, a pouquíssima renovação dos argumentos teóricos, conceituais e metodológicos que a sustentam e que igualmente servem de referência para as práticas que em seu nome ganham forma, nos remete a uma questão-chave, inescapável, e que deve merecer nossa atenção: qual o devir da Educação Ambiental?


A resposta à questão, que é de fundo e, portanto, estruturante, será construída certamente pelo acumulo das reflexões que seremos capazes de gerar por meio de artigos, textos, livros, dissertações, teses, diálogos, debates, discussões; pela nossa capacidade de inventividade; pelas experiências que teremos oportunidade de forjar; permitindo-nos gerar assim novas perspectivas, horizontes e possibilidades para o campo da Educação Ambiental, assentado no princípio de uma radicalidade que funcione como vetor que contribua na construção das bases de um novo modelo civilizatório.


Nesse contexto, o papel da REVBEA é o de também apresentar-se como um dos recursos para veicular o necessário debate sobre o vir-a-ser da Educação Ambiental.
O presente número da REVBEA está composto por uma coletânea de 10 artigos que vêm abordando a EA no contexto de diferentes interfaces: resíduos sólidos em Instituição de Ensino Superior, mobilização, percepção ambiental, horta escolar, no contexto do ensino formal, estética ambiental, relacionada a construção de valores, assim como traz uma síntese teórico-conceitual sobre a processo de constituição do campo.


Com esse escopo, caracterizado pela diversidade de abordagens, a Revista Brasileira de Educação Ambiental vai dando sentido ao seu compromisso de se constituir num espaço aberto e democrático para que reflexões e experiências que se situam no campo da Educação Ambiental ganhem visibilidade. Cumpre-se assim o propósito que orienta e referencia este periódico, mantido pelo ânimo voluntarioso e colaborativo do enorme coletivo que lhe dá sentido, forma e que a mantêm.

Boa leitura!

José Vicente de Freitas
Maria do Carmo Galiazzi
Editores

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