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Presidente Anivaldo Miranda (seg à esq) em reunião com equipe do dep de Bacias Hidrográficas do Ministério do Meio Ambiente |
O
novo presidente do comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São
Francisco, Anivaldo Miranda, acaba de assumir um mandato
tampão até o final de 2013. Sua meta principal será agregar
mais representatividade ao comitê, que já teve 1,3 mil organizações
participantes, mas hoje são cerca de 300.
Ele
esteve em Brasília na semana passada para as primeiras reuniões com
a equipe do Ministério do Meio Ambiente e da Agência Nacional das
Águas (ANA). Na pauta com o MMA, em reunião com o diretor
substituto do Departamento de Revitalização de Bacias, Renato
Saraiva Ferreira, o presidente discutiu a retomada dos projetos da
revitalização da bacia do rio São Francisco. Para ele, “é hora
de retomar o diálogo”.
Depois da
reunião, Anivaldo conversou com o blog sobre seus principais
projetos na sua gestão. Militante ambiental, Anivaldo diz que tem
muitos compromissos, justamento por causa disso, garante que não
será candidato à próxima gestão.
Blog –
Quais as prioridades do seu mandato?
Anivaldo Miranda – De imediato estou trabalhando na elaboração da
minuta do Plano Plurianual de Aplicação (PPA) dos recursos
provenientes da cobrança pelo uso da água da bacia. No dia 28 de
novembro, vai haver nossa plenária de fim de ano em Penedo/AL,
quando a minuta do PPA será apresentada, debatida e aprovada.
Mas a principal meta dessa gestão é expandir a representatividade
do comitê, principalmente visando a um maior colégio eleitoral nas
eleições do final de 2013. Ainda hoje, há partes da bacia que
desconhecem nosso trabalho.
Blog –
Quais os principais problemas que o comitê enfrenta atualmente?
É preciso reforçar os segmentos internos dentro do comitê. Os
segmentos dos usuários e da sociedade civil, por exemplo, precisam
estar mais bem representados.
Outra frente é atrair uma maior atenção do poder público - tanto
dos municípios, dos estados, como também do poder federal, com o
qual aliás o diálogo ficou abandonado. Afinal de contas o comitê é
um lugar onde todas as discussões devem acontecer. É o parlamento
das águas.
Blog -
Como está o diálogo com os governos?
Anivaldo Miranda – Precisamos retomá-lo. Não só com os estados e
municípios, mas também com os ministérios. Principalmente o MMA,
dentro do contexto do programa de Revitalização
do Rio São Francisco. É necessário que acertemos as regras
do jogo, porque, se cada um trabalhar isoladamente, não haverá
sinergia para combater as principais questões.
No entanto, para termos condições de abri esses diálogos será
preciso reestruturar o comitê
gestor do Programa de Revitalização do São Francisco. Se
queremos sinergia, se queremos transversalidade, o comitê gestor tem
de ser reestruturado.
Blog –
Há falta de recursos para o comitê?
Anivaldo Miranda – A gente nunca diz que recursos são
satisfatórios, mas atualmente dá pra dizer que o montante
disponível é suficiente para iniciar os trabalhos do comitê. Até
porque ele tem um grande espectro de aplicação, mas no que diz
respeito a projetos, vamos nos esforçar para financiar projetos que
sejam demonstrativos, cujo exemplo possa ser replicados. Vamos atrair
parcerias para que nosso recurso seja indutor de outros
investimentos.
Esses recursos serão importantes para atividades de educação
ambiental, pequenos projetos de geração de renda e de recuperação
hidroambiental, que em geral, não fazem parte da ótica das grandes
corporações, nem ministérios.
Blog –
Haverá investimentos em pesquisas?
Anivaldo Miranda – Sim, pretendemos. Não temos capacidade de
investir em pesquisa de longa maturação, mas podemos oferecer
contrapartidas para estudos específicos. Por exemplo, um estudo que
já foi iniciado no comitê é a conceituação do que seja vasão
ecológica – termo sem definição precisa, mas importante para o
pacto das águas.
Outra pesquisa importante seria as possibilidades da reintrodução
do pitu, espécie em extinção no Baixo São Francisco. Essa
possibilidade seria uma boa opção estratégica para o
desenvolvimento econômico e social da região.
Blog –
Como o senhor vê as revindicações das populações tradicionais da
bacia?
Anivaldo
Miranda – O comitê leva isso em grande consideração. Temos uma
câmara técnica dentro do comitê para tratar exclusivamente de
indígenas, quilombolas e outros segmentos que não têm muita
representatividade. Os recursos do comitê, inclusive servem para
atendê-los também.
Já tem uma reunião marcada em Brasília, no dia 19 de setembro, que
vai tratar de algumas questões que essas populações têm levantado
sobre as legislações.
Blog
– O senhor vai ser candidato na próxima legislatura?
Anivaldo Miranda – Veja bem:
sou presidente, mas não fiz campanha. Atendi a um chamamento e fui
eleito por unanimidade. (Talvez tenham lembrado do meu nome porque já
fui diretor-executivo do comitê.) Mas meu objetivo é conduzir esse
colegiado a uma sucessão vitoriosa no final de 2013.
Tenho uma série de outros
compromissos, inclusive minha militância na área ambiental.
Sinceramente, não pretendo continuar.
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