Comitê promoveu grande momento de reflexão sobre o rio São Francisco
por Por Raul Rodrigues
Durante todo o dia de ontem, manhã e tarde no Sindspem – Sindicato dos
Servidores Públicos Municipais de Penedo – e em parte da noite na Casa
de Aposentadoria, autoridades de todos os níveis, federais, estaduais,
municipais e ribeirinhos, discutiram sobre vários temas que cercam o rio
da unidade nacional, que separa ou une os estados de Alagoas e Sergipe,
hoje por muito pouca água, pequenos canais de navegação, que por meio
das suas croas e área assoreadas, pede socorro para não se deixar matar!
O rio São Francisco, fonte de vida sob todos os aspectos vem sendo
degradado pelo homem desde antes das barragens – hidrelétricas – por
ignorância do predador, aquele que passou da pesca de subsistência para a
pesca predatória.
O uso das águas do Velho Chico como depósito de dejetos humanos, lixo
de toda a espécie e da navegação gratuita fizeram desse monumental rio
genuinamente brasileiro, uma crônica de sua morte anunciada. Isto mesmo
dantes de suas costelas – croas e ilhas, serem mostradas qual corpo
humano em estado terminal.
Claro que as grandes barragens são hoje as maiores causas dos
assoreamentos ao longo do seu leito. Iremos torná-lo inavegável em muito
pouco tempo; não mais que uma década caso se mantenha a sua degradação!
As antigas cheias fertilizantes e que dragavam margens e leito do
monstro do São Francisco acabaram e com elas chegaram às agonias por que
passa o hoje quase riacho.
Diante deste quadro real, falaram para os presentes as mais altas
autoridades sobre a Bacia do São Francisco. Fábio Abreu, SEDR –
Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural – e MMA – Ministério
do meio Ambiente – abordando o tema Diagnóstico Integrado do Zoneamento
Ecológico-Econômico da Bacia do São Francisco; José Maurício Dias,
FUNARTE – Fundação Nacional de Artes – e MinC – Ministério da Cultura –
que discorreu dobre Edital de Microprojetos Culturais; Focando o turismo
sustentável falou o representante do MTur – Ministério do Turismo –
Philippe Figueiredo; sobre as Ações do MDA – Ministério do
Desenvolvimento Agrário – fizeram a apresentação Petrônio Silva e do
MDA/SE, Adailton dos Santos; sobre o Inventário do Patrimônio Cultural e
Histórico do rio São Francisco, falou Lauzzane Ferreira representante
do IPHAN/MinC – Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional/Ministério
da Cultura, todos no período da manhã.
Na parte da tarde falaram: Lindalva Cavalcanti representando o PAN –
Plano de Ação nacional – e o ICMBio – Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade – que abordou o tema Conservação do
Patrimônio Espeleológico na bacia do São Francisco; Mário Talarico do
IBAMA/MG que discorreu sobre Manejo de Lagoas Marginais na bacia do São
Francisco; Flávia Moura da UFAL, que abordou o tema Atividades
Desenvolvidas pelo Centro de Referência em Recuperação de áreas
Degradadas – Crad – sendo seguida por Francisco Campello da *SEDR/MMA
que falou sobre Ações de Combate ao Processo de Desertificação na bacia
do São Francisco; Athadeu Ferreira da Codevasf – Companhia do
Desenvolvimento do vale do São Francisco – narrando o item Combate a
Processo Erosivos e Práticas Conservacionistas no Contexto da bacia do
São Francisco; Elmo Vaz, do MI/Codevasf – Ministério da Irrigação –
falando sobre Execução de Obras de Sistemas de Abastecimento de água e
esgotamento sanitário na bacia do São Francisco, abordando o mesmo
conferencista o tema Hidrovia do São Francisco; e encerrando o ciclo de
palestras os senhores Saburo Takahashi do MMA – Ministério do Meio
Ambiente – e Alex Magalhães MCidades – Ministério das Cidades – que
abordaram os temas Planos Estaduais de Resíduos Sólidos e Ações do
Ministério das Cidades na bacia do São Francisco, respectivamente.
Todos os temas são imperiosamente importantes, muito embora para este
redator fique como temas abertos vantagens e consequências da
Transposição e a falta de apoio de órgãos governamentais como a CHESF
que tem mostrado investimentos na área do Velho Chico entre os Estados
de Sergipe e Alagoas.
O rio São Francisco pede socorro ao mostrar as suas marcas de
degradação por meio dos grandes assoreamentos e perda de vazão das suas
antes caudalosas águas que mantinham vivas as mínimas condições de
sobrevivência do rio da unidade nacional!
Fonte: Correio do Povo de Alagoas